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Matéria e Forma do Sacramento da Eucaristia…

O que há sob as espécies depois da consagração é, identicamente, o mesmo corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Qual é a matéria do Sacramento da Eucaristia? Em que se convertem as substâncias do pão e do vinho? Que expressa a palavra transubstanciação? Veja as respostas para estas e outras perguntas, por meio de perguntas e respostas, dadas pelo Padre Tomaz Pegues.

Transubstanciação, Presença Real e Acidentes Eucarísticos

Qual é a matéria do Sacramento da Eucaristia?

Pão de trigo e vinho de uva (LXXIV, 1, 2).

Que sucede na matéria, no momento de consagrar?

Que a substância do pão deixa de ser pão e a do vinho deixa de ser vinho (LXXIV, 2).

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Em que se convertem as substâncias do pão e do vinho?

A do pão no corpo de Jesus Cristo e a do vinho no seu sangue (LXXV, 3, 4).

Que nome tem esta conversão ou troca?

O de Transubstanciação (LXXV, 4).

Que expressa a palavra transubstanciação?

A conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue.

Quem é capaz de efetuar tão estupenda transformação?

Só a Onipotência divina (Ibid).

Converte-se no corpo e sangue de Cristo somente a substância, ou tudo o que existe no pão e no vinho?

Somente a substância, permanecendo sem alteração os acidentes (LXXV, 2 ad 3).

Que entendeis, quando afirmais que permanecem os acidentes?

Que continuam, no mesmo estado, a extensão ou quantidade, a figura, a cor, o gosto, resistência e mais propriedades ou entidades sensíveis, por meio das quais viemos ao conhecimento do pão e vinho, antes da consagração.

Por que não se transformam também os acidentes?

Porque são necessários para manter e assegurar a presença sacramental de Jesus Cristo (Summa contra gentes, livro IV cap. LXIII)

Que aconteceria, se os acidentes se transformassem em corpo e sangue de Cristo?

Que o que foi pão e vinho desapareceria absoluta e totalmente (Ibid).

Que se segue, pelo contrário, com a permanência das espécies sacramentais?

Que, ligados a elas, mediante as suas respectivas substâncias, estão o corpo e sangue de Cristo, do mesmo modo como o estavam as substâncias do pão e vinho, de sorte que, assim como antes da transubstanciação, ao tocar os acidentes, tínhamos nas mãos as substâncias do pão e do vinho, temos, depois da transubstanciação, o corpo e o sangue de Cristo (Ibid).

O que há sob as espécies depois da consagração é, identicamente, o mesmo corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo?

Sim, Senhor (LXXV, 1).

Acha-se Jesus Cristo inteiro e completo no sacramento da Eucaristia?

Sim, Senhor; porque, se bem que sob as espécies do pão, em virtude das palavras sacramentais, só está o corpo e sob as do vinho o sangue, por concomitância, e já porque é impossível separar, na sua humanidade, os dois elementos, como foram separados na cruz, onde quer que esteja o corpo, ali está o sangue e a alma, e, onde se ache o sangue, o acompanham a alma e o corpo. Quanto à divindade não há dificuldades, pois, nunca, nem mesmo durante a morte do Redentor, se separou a pessoa divina da cada um dos componentes de sua humanidade (LXXVI, 1, 3).

Está Jesus Cristo inteiro em cada parte das espécies sacramentais?

Enquanto as espécies permanecem indivisas está completo em todo o Sacramento, e quando se fracionam, está tantas vezes inteiro e completo, quantas partes se hajam feito (LXXVI, 3).

É possível ver, tocar, ou de algum modo chegar ao corpo de Jesus Cristo no estado sacramental?

Não, Senhor; porque aquelas espécies acessórias aos nossos sentidos, não são acidentes do corpo de Cristo, único meio de chegar à sua substância (LXXV, 4-8).

Que se deduz desta verdade?

Que as espécies sacramentais o encerram como prisioneiro, e por sua vez o protegem, de sorte que, quando algum desalmado intente enfurecer-se contra o corpo de Cristo, só consegue profanar o Sacramento.

São inalteráveis as espécies sacramentais depois da consagração?

Não, Senhor; decompõem-se e transformam-se depois de poucos momentos de ingeridas como alimento, e também se corrompem abandonadas por muito tempo à ação dos agentes atmosféricos (LXXVII, 4).

Que sucede quando as espécies deixam de ser os acidentes do pão e do vinho, consagrados?

Que no mesmo instante cessa a presença eucarística de Jesus Cristo, pelo fato de desaparecer o motivo que o retinha enlaçado aos acidentes, e, mediante os acidentes, ao lugar por eles ocupado (LXXVI, 6 ad 3).

Logo, a presença eucarística de Jesus Cristo num lugar depende exclusivamente da consagração e da permanência dos mesmos acidentes do pão e do vinho consagrados?

Sim, Senhor; visto que a razão de tal presença, não podem ser as mudanças operadas no corpo impassível de Cristo, mas no pão e no vinho (Ibid).

Como se consagra?

Pronunciando com as devidas condições, a forma da Consagração (LXXVIII).

Qual é?

Para consagrar o pão: Isto é o meu corpo. Para consagrar o vinho: Este é o Cálice do meu Sangue, o Sangue do novo e eterno testamento, que por vós e por muitos será derramado em remissão dos pecados.


PEGUES, Tomaz, O. P. A Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino em forma de catecismo: para uso de todos os fiéis. Taubaté: Editora SCJ, 1942, p. 219-221.

Fonte: http://mulhercatolica.com

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Publicado às 19 de junho de 2019 por em colunistas, Religião e marcado , , , .

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