“…em um destes dias uma amiga convidou-me para fazermos um lanche antes da Missa. Olhei para o relógio e vi que faltava exatamente uma hora para a Missa começar. Então, falei para ela:
– ‘Não podemos lanchar, pois está em cima da hora! Vamos deixar para depois da Missa’.”
Ela me olhou espantada e perguntou porque não podíamos ir lanchar, já que dava tempo de sobra para chegarmos com calma andando até a igreja. Aí eu é que fiquei espantada com a pergunta.
Falei que não ia dar tempo para respeitarmos o jejum antes da Comunhão.
Rapidamente, quase que sem pensar, ela riu e completou, dizendo:
“– Jejum???? Isto é coisa do passado! Coisa de gente velha! É coisa do tempo da Missa em latim!!! Isso já era’! ”
Fiquei abismada com a afirmação e lhe expliquei que o jejum Eucarístico permanece, ainda hoje em dia, como uma obrigação para todo o católico que participa da Santa Missa.
É necessário observar um tempo de uma hora antes da Comunhão sem comer qualquer alimento. É lógico que existem as exceções de quando as pessoas estão doentes.
Eu, pessoalmente, procuro observar o jejum de uma hora antes do início da Santa Missa, pois nunca sei se a Celebração vai ser um pouco mais corrida ou não. Deste modo, evito errar nos cálculos de horário.
Por este motivo, escolhi para vocês o artigo abaixo, de autoria de Dom Eugênio Sales, Cardeal Arcebispo emérito do Rio de Janeiro, para que o assunto fiquei mais esclarecido.
“Quem quer receber a Cristo na Comunhão Eucarística deve estar em estado de graça. Se alguém tem consciência de ter pecado mortalmente, não deve comungar a eucaristia sem ter recebido previamente a absolvição no Sacramento da Penitência.”
(Catecismo da Igreja Católica nº 1387) – A fim de se prepararem convenientemente para receber este Sacramento, os fiéis observarão o jejum prescrito na sua Igreja. A atitude corporal (gestos, roupa) há de traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede.
(Catecismo da Igreja Católica nº 1388) – É consentâneo com o próprio sentido da Eucaristia que os fiéis, se tiverem as deposições requeridas, comunguem toda vez que participarem da Missa: “recomenda-se muito aquela participação mais perfeita À Missa pela qual os fiéis, depois da comunhão do sacerdote, comungam o Corpo do Senhor do mesmo Sacrifício”.
COMENTÁRIO
O jejum ou seja, abster-se de alimentos algum tempo antes da celebração, é uma prova de respeito e preparação para a Comunhão do Corpo do Senhor.
Sendo uma lei da Igreja, sofreu modificações ao longo do tempo. “Quando a Missa passou a ser celebrada nas primeiras horas da manha e não mais ao pôr do sol como primitivamente, o jejum Eucarístico ficou estabelecido a partir da meia noite.”
“Mudando, porém, as circunstâncias da vida civil, desde os tempos de Pio XII, começaram a ser introduzidas algumas mitigações nessa disciplina. (‘Os Sacramentos da Igreja na sua dimensão canônico-pastoral’ – Pe. Jesus Hortal, SJ).”
“Em circunstâncias normais, atualmente o jejum eucarístico consiste na abstenção, pelo espaço de 1 hora antes da comunhão (portanto, não precisamente antes do inicio da Missa) de tudo quanto é comida e bebida, excetuando-se água e remédios propriamente ditos”.
Para a comunhão como viático (em perigo de morte) não existe nenhuma obrigação de jejum Eucarístico. Para os idosos e doentes, a igreja permite que comunguem “mesmo que tenham tomado alguma coisa na hora que antecede” (Can 919,3).
O jejum sempre foi praticado pelos cristãos e por todos aqueles que valorizam o Espírito e desejam progredir no autodomínio, disciplina indispensável á vivência humana. – O apóstolo Paulo diz: – “A graça de Deus se manifestou para a salvação de todos os homens. Essa graça nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, para vivermos neste mundo com auto-domínio, justiça e piedade, aguardando a bendita esperança, isto é, a manifestação da glória de Jesus Cristo, nosso grande Deus e Salvador”. (Tito 2,11-1).
“Nas nossas comunidades católicas também não faltam, certamente, aqueles que poderiam participar da comunhão Eucarística, e que dela não participam, apesar de não terem na própria consciência impedimento de pecado grave.”
Tal atitude, que para alguns esta ligada a uma exagerada severidade, modificou-se no nosso século, para dizer a verdade, embora aqui e além faça ainda sentir a sua presença.
“Na realidade, mais freqüentemente do que o sentido de indignidade, verifica-se uma certa falta de disponibilidade interior-se assim podemos nos exprimir – falta de ‘fome’ e de ’sede’ Eucarística, por detrás da qual se esconde também a falta de uma adequada sensibilidade e compreensão da natureza do grande sacramento do amor”. (João Paulo II – O mistério e o culto da Santíssima Eucaristia -11).
RESUMO
(Catecismo da Igreja Católica nº 1417) – A Igreja recomenda vivamente aos fiéis que recebam a Santa comunhão toda vez que participam da celebração da Eucaristia, impõe-lhes a obrigação de comungar pelo menos uma vez por ano.
PARA REFLETIR
Quem comunga deve meditar na presença de Jesus, alimento da vida eterna. Por isso não faz sentido comungar e ir saindo da Igreja ou ficar, conversando e se distraindo com outras coisas. Cristo merece uma atenção especial como hóspede divino Deus vivo que acaba de entrar em nossa casa.
O jejum que precede a comunhão tem a intenção de favorecer a pessoa para que ela possa dar uma atenção maior a Jesus sacramentado.
ORAÇÃO
Senhor Jesus que dissestes: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até á vida eterna”(Jo 6,127).
Concedei-nos a graça de não nos deixarmos levar pela gula, pela busca desenfreada dos prazeres, pelo consumismo egoísta. Que a disciplina do jejum nos ajude a aceitar as privações da vida, a recolher o supérfluo sem desperdício e a repartir com generosidade e alegria.
Amém.
Fonte: sbjesus.com.br
Muito bom, Deus abençõe vocês por meio da Virgem Maria.
Gostei muito do documento a respeito do jejum eucarístico.Muito elucidativo.