PERSIGNAÇÃO
(Com a mão direita fazer o sinal da cruz, de cima para baixo e da esquerda para a direita)…
Pelo sinal da Santa Cruz († cruz na testa),
livrai-nos Deus, Nosso Senhor († cruz na boca),
de nossos inimigos († cruz no peito) .
Amém.
Com este Sinal, que é o sinal do cristão, nós pedimos proteção contra os nossos inimigos. Que inimigos?
(†) Pelo sinal da Santa Cruz: ao traçarmos a primeira cruz em nossa testa, nós estamos pedindo a Deus que proteja a nossa mente dos maus pensamentos, das ideologias malsãs e das heresias, que tanto nos tentam nos dias de hoje e mantendo a nossa inteligência alerta contra todos os embustes e ciladas do demônio.
(†) Livrai-nos Deus, Nosso Senhor: com esta segunda cruz sobre os lábios, estamos pedindo para que de nossa boca só saiam palavras de louvor: louvor a Deus, louvor aos Seus Santos e aos Seus Anjos; de agradecimento a Deus, pois tudo o que somos e temos são frutos da Sua misericórdia e do Seu amor e não dos nossos méritos; que as nossas palavras jamais sejam ditas para ofender o nosso irmão.
(†) Dos nossos inimigos – esta terceira cruz tem como objetivo proteger o nosso coração contra os maus sentimentos: contra o ódio, a vaidade, a inveja, a luxúria e outros vícios; fazer dele uma fonte inesgotável de amor a Deus, a nós mesmos e ao nosso próximo; um coração doce, como o de Maria e manso e humilde como o de Jesus.” (Recebido por e-mail do casal Agnaldo/Tânia).
(†) Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
O Sinal da Cruz é uma oração importante que deve ser rezada logo que acordamos, como a nossa primeira oração, para que Deus, pelos méritos da Cruz de Seu Divino Filho, nos proteja durante todo o dia.
Segundo o linguista e dicionarista Evanildo Bechara, a palavra persignar-se vem do latim e se refere ao ato de “fazer com o polegar três sinais em cruz, na testa, na boca e no peito”.
Desmembrando a palavra, temos: a preposição per, que na língua portuguesa do Brasil caiu em desuso há muito tempo, mas que está na origem das contrações com artigos definidos que formaram pelo, pela; e o vocábulo signo, que tem o mesmo sentido de ‘sinal’. Desse modo, persignar-se se apresenta como aquele gesto que os mais antigos chamavam de “fazer o ‘pelo sinal’”.
Significado – Esta expressão, nem de todos conhecida, se deve às palavras que acompanham o ato de persignar-se.
Ao traçar a cruz sobre a testa, os orantes invocam: “Pelo sinal da Santa Cruz”; traçando a cruz sobre a boca, suplicam: “livra-nos, Deus, Nosso Senhor”; e quando a cruz é traçada sobre o peito, exorcizamo-nos “dos nossos inimigos”.
Trata-se de uma jaculatória (pequena oração de fácil memorização) que acompanha os gestos descritos acima e lhes empresta um significado espiritual muito específico, mas que não é sempre recordado.
Aspecto litúrgico – Mesmo na liturgia da Santa Missa, a assembleia faz esse gesto – talvez um pouco sem perceber.
É traçando a cruz sobre si (testa, boca e peito) que seguimos as palavras do celebrante, no momento em que este anuncia: “Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo [um dos quatro evangelistas]”.
O momento litúrgico, onde o Evangelho assume o centro das atenções, acaba por favorecer o esquecimento e a distração com que, infelizmente, cercamos a realização deste ato tão simbólico. Para melhor praticá-los, é bom recordar o ‘para quê’ destes gestos:
Com o traçar das três cruzes, pedimos interiormente a Deus que “abra nossa mente para entender, nossa boca para anunciar e nosso coração para acolher” a Palavra que está sendo proclamada. Sem essa consciência, este ou qualquer gesto dentro da liturgia perde o sentido.
Bom costume – Mas também fora do ambiente litúrgico, podemos readquirir o hábito de iniciar o ‘sinal da Cruz’ com esta jaculatória e este gesto. Pessoas simples, do interior, ou os de mais idade, ainda mantêm esse bom costume.
Quem, por exemplo, ajuda a divulgar o ato de persignar-se é a Luzia Santiago, cofundadora da Comunidade Católica Canção Nova, que jamais inicia suas conduções de oração, na televisão, sem fazer o ‘pelo sinal’ antes do ‘sinal da Cruz’. É bonito quando aliamos a compreensão do significado profundo daquilo que ofertamos a Deus, desde o menor dos atos. Quando não acontece desse modo, entramos no âmbito perigoso da superstição, dos amuletos e modismos.
“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.”
Creio não haver quem não conheça este sinal característico dos cristãos.
Entretanto, poucos gestos terão perdido tanto da sua sacralidade ao longo do tempo. A falta de formação religiosa e o secularismo galopante de nossa sociedade são os principais responsáveis por isso. Muitos ainda fazem o sinal da Cruz diante dos templos católicos e em circunstâncias de angústia, perigo ou tribulação. Mas sabemos que quase nunca compreendem o por quê de o fazerem.
A importância do “e” – Haverá mesmo alguns sacerdotes que não o sabem, mas as conjunções aditivas ‘e’ entre as três Pessoas da Trindade, invocadas no ‘sinal da Cruz’, não são casuais e muito menos opcionais. É a presença delas que garante a correção teológica da invocação, já que coloca o Pai e o Filho e o Espírito Santo na devida condição de igualdade de Sua comum divindade.
Uma vírgula, usada gramaticalmente para enumerações, poderia fazer supor uma falsa ideia de hierarquia entre as Pessoas divinas.
O alcance do gesto – Por ter o poder de renovar as graças batismais – que nos foram comunicadas “em nome da Trindade” –, o próprio traçar do gesto precisa ser bem realizado, sob o risco de não obter o seu alcance sacramental.
O ‘sinal da Cruz’ é para ser traçado sobre todo o corpo do orante: o “Pai” sobre a testa e o “Filho” na altura do umbigo, manifestando a dimensão vertical da Cruz, e o “Espírito Santo” sobre os dois ombros, o esquerdo e o direito alternados, mostrando-lhe a dimensão horizontal.
Raciocinemos: se é para representar a Cruz da Redenção, da qual Cristo pendeu para nossa salvação, este sinal reveste-se de uma dignidade impressionante. Não podemos fazê-lo de qualquer maneira, de um jeito displicente e descuidado.
Quando invocamos o “Filho” com a mão sobre o coração, por exemplo, por mais que isto revele uma intenção sentimental, concordam que a Cruz simbolizada acaba se mostrando ‘capenga’ (ou seja: sem pé)?
Também não é para sacudir as mãos como se espantássemos mosquitos de nossa fronte: esse ato, como qualquer outro que façamos em direção a Deus, precisa manifestar nosso amor e devoção; pelo menos, nosso respeito ante o sagrado. Sem isso, torna-se vazio e desprovido de propósito.
O “Amém” também não deve vir secundado dos desnecessários e equivocados “beijinhos na mão”, que nada acrescentam ao seu sentido de concordância com o que proclamamos.
Por que diante da Igreja? – Nós, católicos, cremos na presença Real de Jesus na Hóstia Consagrada, conservada nos sacrários de nossos templos.
Portanto, quando traçamos o sinal da Cruz, diante das igrejas e capelas em que haja um sacrário, estamos saudando essa Presença sacramental do Senhor, que se faz tão próximo de nós.
Algumas cidades têm o privilégio de ter muitas igrejas com sacrários espalhadas por seus bairros e distritos. Pode-se dizer que vivemos em um verdadeiro ‘território eucarístico’.
Daí o valor que precisamos atribuir ao gesto; por meio dele, estamos dando testemunho da fé na Presença Eucarística, e anunciando a todos à nossa volta que o Santíssimo se deixa encontrar por aqueles que O busquem de coração sincero.
Precisamos avaliar se não teríamos abandonado a prática do ‘sinal da Cruz’ ante as igrejas apenas por vergonha de revelar nossa religiosidade. Esse seria um sintoma grave da perda ou diminuição de nosso apreço por Deus.
E a estranheza que poderemos causar aos demais precisa ser encarada como uma oportunidade de evangelização, uma chance preciosa de esclarecer nossos irmãos acerca das verdades em que acreditamos.
É óbvio que, dada a quantidade de templos ao nosso redor, seria no mínimo constrangedor ficar fazendo o ‘sinal da Cruz’ a cada esquina. Entretanto, isso não nos exime da responsabilidade de nos reconhecermos (e nos darmos a conhecer) enquanto cristãos.
Uma boa saída é traçarmos sobre nós o sinal da nossa salvação perante o primeiro dos templos por que passarmos, e elevarmos o pensamento para Deus a cada nova igreja que cruzarmos em nosso caminho.
Um breve segundo é suficiente para lembrar um trecho bíblico: “Meu Senhor e meu Deus”, ou “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”. Ou ainda as jaculatórias, como: “Eis-me aqui, Senhor” ou “Sagrado Coração de Jesus, eu confio em vós”, dentre outras.
Importante é nunca perder a consciência da graça que passa e que não volta mais.
Fonte: amigoespiritual.wordpress.com
A Paz de Cristo e o Amor de Maria, Luiz!
Agradecemos pela correção, a imagem estava mesmo com as linhas pontilhadas incorretas, ela foi trocada.
Deus te abençoe!
Comunidade Santa Rosa de Lima
Que lindo!
Obrigado por esse artigo tão valioso. Muitos católicos deveriam ler!
Vou compartilhar!
Paz e bem a todos
Muito oportuno esse comentário.Muito esclarecedor.Gostei muito pq ficamos cada vez mais conscientes daquilo que estamos fazendo.O sinal da cruz e o ato de persignar-se são feitos muitas vezes e com certeza sem saber o verdadeiro significado e o valor de cada um.Parabéns pelo esclarecimento.