“Eu te estabeleci para Luz das gentes, a fim de seres a salvação que Eu envio até a última extremidade da terra”. (Is 49,6).
Convém que se faça a meditação em família e que se reze o Santo Terço em seguida.
Considera o Pai celeste dizendo estas palavras a Jesus Menino no momento de sua concepção: Meu Filho, Eu te estabeleci para Luz das gentes e a Vida das nações, a fim de que lhes procureis a Salvação que desejo tanto, como se fosse a Minha própria.
É pois necessário que Vos dediqueis inteiramente ao bem do gênero humano: “Dado sem reserva ao homem deveis dedicar-Vos inteiramente em benefício dele”.
É necessário que sofrais uma pobreza extrema desde o Vosso nascimento a fim de que o homem se torne rico: Ut tua inopia dites.
É necessário que sejais vendido como um escravo para pagardes a liberdade do homem, e que, como escravo, sejais flagelado e crucificado a fim de satisfazer à Minha justiça pelas penas devidas aos homens.
É necessário que deis Vosso sangue e Vossa vida para livrar o homem da morte eterna.
Numa palavra, sabei que não sois mais Vosso mas do homem, segundo a palavra de Isaías: Nasceu-nos um Menino, foi-nos dado um filho.
Assim, meu caro Filho, o homem se sentirá constrangido a amar-me e a dar-se a Mim, ao ver que Vos dou todo a ele, Vós, Meu único Filho, e que Me não resta mais nada a dar-lhe.
Eis até onde chegou o amor de Deus aos homens!
Ó Amor infinito, digno somente dum Deus infinito! Jesus mesmo, disse: Deus amou de tal modo o mundo que deu por ele Seu unigênito Filho.
A essa proposta Jesus Menino não se entristece, antes se alegra, aceita-a com amor e exulta: Dá saltos como gigante para percorrer o seu caminho.
Desde o primeiro instante de sua encarnação, Ele se dá todo ao homem e abraça com alegria todas as dores e humilhações que deve sofrer no mundo por amor dos homens.
Essas foram, diz S. Bernardo, as montanhas e as colinas escarpadas que Jesus Cristo teve de escalar para salvar os homens: Ei-lo, aí vem saltando sobre os montes, atravessando os outeiros.
Notemos bem: enviando-nos Seu Filho como Redentor e Mediador de Paz entre Ele e os homens, Deus Pai obrigou-se de certo modo a perdoar-nos e a amar-nos; entre o Pai e o Filho interveio um pacto em virtude do qual o Pai devia receber-nos em Sua graça, contanto que o Filho satisfaça por nós à Divina Justiça. De seu lado, o Verbo também se obrigou a amar-nos, não por causa do nosso mérito, mas para cumprir a misericordiosa vontade de Seu Pai.
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Meu caro Jesus, se é verdade, como a lei o declara, que se adquire o domínio pela doação, Vós me pertenceis porque o Vosso Pai Vos deu a mim.
É por mim que nascestes, a mim fostes dado: Nasceu-nos um Menino, foi-nos dado um Filho. Posso pois dizer: Meu Jesus e meu tudo. Já que sois meu, todos os bens me pertencem.
O Vosso apóstolo me assegura: Como não nos dará também com Ele todas as coisas? Por isso, meu é o Vosso Sangue, meus os Vossos Méritos, minha a Vossa Graça, meu o Vosso Paraíso. E se sois meu quem poderá jamais arrancar-Vos de mim? Ninguém poderá tirar-me o meu Deus! Assim dizia com júbilo S. Antão Abade; assim também quero dizer no futuro.
É verdade que Vos posso perder ainda e afastar-me de Vós pelo pecado; mas, ó meu Jesus, se no passado Vos abandonei e perdi, arrependo-me agora de toda a minha alma, e estou resolvido a perder tudo, a própria vida, antes que tornar a perder-Vos, ó Bem infinito e único amor de minha alma!
— Agradeço-Vos, Pai Eterno, por me terdes dado Vosso Filho; e já que mo destes todo, eu miserável dou-me todo a Vós.
Pelo amor desse Filho adorável, aceitai-me e prendei-me com cadeias de amor a meu Redentor, mas prendei-me tão estreitamente que possa dizer com o apóstolo: Quem me poderá ainda separar de meu Jesus?
— E vós, meu Salvador, se sois todo meu, sabei que sou todo Vosso.
Disponde de mim, e de tudo o que me pertence como Vos aprouver. E como poderia eu recusar alguma coisa a um Deus que me não recusou o Seu Sangue e a Sua Vida?
Maria, minha Mãe, guardai-me sob Vossa proteção. Já não quero ser meu, quero ser todo do meu Senhor. A Vós compete tornar-me fiel, confio em Vós.
CONVITE: VAMOS REZAR O SANTO TERÇO?
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