Se você acha que estou propondo um cristianismo machista, eu não estou. O que estou dizendo é que o mundo está formando equivocadamente meninos e homens quando suprimem e desprezam a masculinidade natural, boa e saudável, ou quando simplesmente a tornam desagradável. A sociedade é pouco acolhedora para com os homens.
Este artigo é um trecho de “Respostas à Crise do Homem Católico” disponível AQUI.
Por: Mr. Jason Craig – Those Catholic Men, TCM | Tradução: Sensus Fidei
— Intrigado com uma coisa chamada “movimento pelos direitos dos homens” encomendei alguns livros por ativistas do movimento (tudo por mulheres, curiosamente), oferecendo uma teoria alternativa para explicar a razão pela qual os homens estão ausentes, distantes e irresponsáveis, eles afirmam que os homens não estão abandonando as responsabilidades tradicionais, mas simplesmente estão “em greve”.
A alegação é de que os homens são muito lógicos e, se a sociedade diz que eles são desnecessários ou perigosos, então eles se afastam da sociedade em associações de jogadores, solteiros perpétuos ou simplesmente desmotivam-se no sofá-batata-frita…
(O último é tratado extensivamente em Boys Adrift: The Five Factors Driving the Growing Epidemic of Unmotivated Boys and Underachieving Young Men, pelo Dr. Leonard Sax).
ARTIGOS RELACIONADOS
A crise da paternidade: No lar & na igreja
Essência da masculinidade: o chamado ao sacrifício
A urgência da firmeza para a masculinidade
Mel Gibson Lança “Até o Último Homem” — Um Resgate de Fé Cristã, Heroísmo e Hombridade
Em Men on Strike, por exemplo, Dr. Helen Smith explica que os homens são constantemente bombardeados com alegações de que são preguiçosos, estúpidos e desnecessários, e nós queremos dessa maneira, porque no passado os homens basicamente causaram todos os problemas — tiranos, guerreiros, inquisidores, etc. Já não são potenciais conquistadores ou aspirantes a heróis, mas domesticados idiotas da aldeia.
Desde a pré-escola, quando eles começam o seu nivelamento para a faculdade, quando “seu tipo” se torna o inimigo de todos as vítimas da injustiça social ao longo da história, vende-se a eles a história de que a masculinidade tradicional, aquela coisa para a qual sentem-se atraídos e que sempre funcionou assim, é o inimigo número um.
Não estou certo se consigo entrar no movimento dos direitos dos homens, mas claramente eles ganham um ponto aqui.
É esmagadoramente claro que as características tradicionais da masculinidade simplesmente não são bem-vindas na sociedade e são vistas como perigos reais para a harmonia social.
Os meninos geralmente se tornam “problemas” no momento em que chegam à escola onde o seu desejo natural de competição, perigo e atividade é suprimido. Nós simplesmente vamos detonando aquele pequeno barulhento até que ele permaneça em seu buraco, e se ele não permanecer nele, bem, nós temos pílulas para isso. Mas então, em 15 anos, quando ele fica no porão brincando com “brinquedos de homem”, lamentamos que ele não saia e “torne-se homem”.
É uma atmosfera que estrangula a masculinidade normal, saudável. Ou seja, a menos que você veja a masculinidade normal, saudável, como uma ameaça e perigo — nesse caso, está funcionando muito bem.
Pior do que as escolas públicas para a masculinidade é a paróquia católica média americana. As escolas públicas estão formando cerca de 70% de seus filhos, mas se considerarmos a prática mais básica dos católicos, indo à Missa, estamos apenas “formando” cerca de 30% (cf. Catholic Man-Crisis Fact Sheet). Eu não sou nenhum estatístico, mas tenho certeza de que este não é o modelo de sustentabilidade.
Como os meninos na escola, os traços naturais, bons e masculinos dos homens não são bem-vindos na paróquia média dos Estados Unidos [ndt: nem no Brasil]. Penso que é hora de ver isso com mais clareza e não apenas culpar os homens por não terem “mantido” sua fé.
Não é um problema de “homem” exatamente, porque as questões não são as mesmas em outras religiões globais ou no global oriental e ocidental. É um problema único aqui. A religião não está perdendo os homens; os católicos no Ocidente estão perdendo homens. Então, como sugerido pelos ativistas dos direitos dos homens, talvez devêssemos parar de culpar os homens e começar a refletir.
“Na minha experiência penso que há quatro maneiras especialmente fortes que estamos fazendo homens indesejados”:
A um amigo sacerdote, em quem eu confio imensamente, foi-lhe perguntado sua opinião sobre o vazamento do “documento de trabalho” do sínodo sobre a família, e ele observou um ponto que qualquer pessoa envolvida com o apostolado dos homens saberá que é uma omissão flagrante: não há nenhuma menção sobre pecado.
Eu tenho uma família, e posso dizer que o maior desafio das famílias modernas não é moderno: é o antigo inimigo.
O “desafio” que as paróquias precisam oferecer aos homens não é de ação social (ainda que venha mais tarde), mas de conversão do pecado, e um retorno de seus corações à sua vocação.
Esta é uma luta e um desafio, e quanto mais se entende isto mais se formará homens que ficarão e lutarão.
Escritórios paroquiais e as chancelarias diocesanas frequentemente procuram manter um status-quo muito amigável, burocrático e emasculado.
A ação audaz e arrojada natural (embora não única) de masculinidade é muitas vezes enterrada sob diretivas, comitês e uma relutância em fazer o que é “perigoso”. Nem sempre, mas muitas vezes.
Tenho um amigo que queria enviar para cada pastor protestante em uma área o presente de um Catecismo Católico. Ele escreveu uma carta bastante amigável explicando que muitas pessoas parecem estar confusas sobre o que a Igreja Católica realmente ensina e o Catecismo Católico pode ajudar a esclarecer os equívocos e abrir o diálogo. Em suma: era um convite para aprender mais sobre o Catolicismo. Era corajoso e ousado, mas com amor e mansidão.
A ideia foi colocada na berlinda porque poderia ser ofensivo para alguns. Muitas vezes preferimos deixar 99 ovelhas perdidas para trás para tentar querer recuperar a ovelha ofendida. Os homens experimentam essas coisas e veem-nas como hipócritas ou farisaicas, porque “desafiar” as pessoas à Nova Evangelização e, em seguida, amarrar suas mãos é dar-lhes um fardo que não podem suportar.
Uma vacilante e tola liturgia que praticamente implora para que os homens saiam da Igreja.
Se você não concorda comigo, faça duas coisas. Em primeiro lugar, vá a qualquer artigo sobre a necessidade de atingir mais homens porque eles estão deixando a Igreja, leia os comentários e veja com que rapidez os homens estão expondo o problema de como a liturgia é celebrada na maioria das paróquias. Você não pode continuar ignorando isso.
Em segundo lugar, vá a uma Missa Tradicional, reverente e bela e conte os homens. Terá a prova.
Este é um tópico muito mais amplo, mas eu acho que você está ciente e abraçando este ponto ou, então, rejeitando-o, e pouca coisa posso lhe dizer para mudar isso. Sigamos em frente.
A segunda fonte da horrível experiência é o sermão.
O Papa Francisco, em Evangelii Gaudium, reconhece o problema: “A homilia é a pedra de toque para julgar a proximidade e a habilidade de um pastor para se comunicar com seu povo. Sabemos que os fiéis atribuem grande importância a ele e que tanto eles quanto os ministros ordenados sofrem por homilias: os leigos por terem que ouvi-los e o clero de ter que pregá-las!”
O sermão dominical é a chance: é a oportunidade de ensinar, instruir e inspirar os fiéis!
Como um convertido do protestantismo, onde a pregação é basicamente o auge da semana, estou constantemente espantado que seja uma prática aceita e às vezes esperada que os sacerdotes não preparem um sermão com a máxima intensidade e pensamento.
Sim, claro, estamos todos muito ocupados, mas como um homem que trabalha demais para ter uma casa grande pode perder o amor de sua família, então um padre que se ocupa de negligenciar o sermão perderá a sua família.(…)
Os homens são muito solitários. Fraternidade é a descrição mais apropriada para nós, homens cristãos, como filhos no Filho.
Isso não pode acontecer somente em uma organização ou grupo, mas deve ser a identidade que os homens veem em si mesmos e uns nos outros. “Este objetivo de fazer da comunidade paroquial uma verdadeira fraternidade deve ser levado muito a sério”, disse Joseph Ratzinger (Bento XVI), “Esta fraternidade tem sua fonte e centro na celebração dos Mistérios Eucarísticos” (Ratzinger, The Meaning of Christian Brotherhood, 68, 69).
No entanto, muitas vezes nem sabemos os nomes uns dos outros.
Muitos grupos de homens tiveram sucesso estranho e repentino, às vezes surpreendendo os organizadores. Posso assegurar-lhes que não é a astúcia dos programas, mas é porque essas coisas estão tocando em uma necessidade profunda.
–
Se você acha que estou propondo um cristianismo machista, eu não estou. O que estou dizendo é que o mundo está formando equivocadamente meninos e homens quando suprimem e desprezam a masculinidade natural, boa e saudável, ou quando simplesmente a tornam desagradável.
A sociedade é pouco acolhedora para com os homens. A paróquia média também é, mas não tem que ser dessa maneira. (Para ver como os homens dispostos e ansiosos devem ser ensinados e liderados, clique aqui).
Há um gênio masculino, e é um dom a ser abraçado. O reconhecimento simples e até mesmo sutil das necessidades dos homens, bem como uma humilde aceitação de seus dons deve ser uma prioridade, porque os homens são extraordinários líderes nas famílias e nas comunidades. Se eles abandonam a Igreja, não vão sozinhos.
* Emasculado: adj. Castrado; que sofreu emasculação, castração. Desvirilizado …
Texto extraído do site: http://www.sensusfidei.com.br
Comentários