O Sacramento da Extrema-Unção ou Unção dos Enfermos
É por meio dos Sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia) que o homem recebe a vida nova em Cristo. Agora, esta vida está “escondida com Cristo em Deus”: estamos ainda em “nossa morada terrestre” (2 Cor 5,1), sujeitos ao sofrimento, à doença e à morte. – E à concupiscência e as tentações. Assim, a vida nova de filho de Deus pode se debilitar e até ser perdida pela ação contínua do pecado.
O Senhor Jesus Cristo, Médico Supremo da alma e do corpo, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde física (Jo 5,1-18), quis que a sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação também nos seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois Sacramentos de cura: Reconciliação e Unção dos Enfermos ou Extrema-Unção.
A Unção dos Enfermos é também um Sacramento de Reconciliação: mediante a oração e a unção com o óleo santo, feita pelo sacerdote, concede ao doente a Graça e o alívio espiritual, e muitas vezes também o conforto corporal.
O Sacramento da Unção faz com os Enfermos tenham forças para testemunhar Jesus Cristo em meio ao sofrimento que passam, unindo-se à Obra redentora do Filho de Deus.
Quem pode receber a Unção?
Os fiéis que se encontram em perigo de morte, por doença ou velhice. O mesmo fiel pode recebê-la outras vezes, se houver um agravamento da doença.
A celebração desse Sacramento deve ser, preferivelmente, precedida da confissão individual do doente (CIC §1514-1515/1528-1525).
“Com a sagrada Unção dos Enfermos e a oração dos presbíteros, toda a Igreja recomenda os doentes ao Senhor Sofredor e Glorificado, para que Ele os alivie e salve, e exorta-os a unirem-se livremente à Paixão e Morte de Cristo, e a contribuírem assim para o bem do Povo de Deus” (CIC §1499).
Para um fiel católico, a doença pode ser um meio de participar da Paixão do Senhor, em benefício de toda a humanidade.
Assim age o Sacramento:
O óleo é símbolo da Graça do Espírito Santo, Espírito de força e consolação (Ele é o Paráclito Consolador). É o Espírito do Cristo Ressuscitado, e dá ao enfermo força para fazer de sua doença um modo de participar da Paixão do Senhor. A Unção dos Enfermos nos une à Páscoa do Senhor, como insiste São Paulo:
“Eu me rejubilo nos meus sofrimentos por vós, e completo na minha carne o que falta das tribulações de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja” (Cl 1,24).
Desse modo, a doença é vivida com um sentido positivo, pascal, salvífico: o privilégio de participar da Cruz do Senhor, para com Ele chegar à Glória da Ressurreição.
Triste na vida não é sofrer, mas sofrer sem ver sentido no sofrimento. O Sacramento da Unção dá um sentido cristológico, um sentido santo à doença.
A Igreja, desde os tempos dos Apóstolos, conhecia o rito próprio em favor dos enfermos:
“Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem por ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o levantará; se tiver cometido pecados, estes serão perdoados” (Tg 5, 14-15).
Quando tivermos alguém da família com uma doença muito grave, devemos rezar para que ela queira chamar o sacerdote, para que faça uma boa Confissão e receba a Extrema-Unção ou Unção dos Enfermos.
Não devemos ter medo de ver um padre entrar na casa de um doente, ao contrário: ele não traz a morte, como muitos ignorantes pensam, mas sim a vida, – e a vida eterna! – que é a Presença de Jesus na alma do doente. Com a Graça de Deus no coração, o doente muitas vezes recupera as forças físicas, mas se não for o caso recupera o mais importante: as forças da alma; passa a rezar e a se preparar para ir para o Céu.
É verdade que a morte é muito triste, mas também é verdade que é pela morte que vamos para o Céu, para a felicidade que nunca se acaba e para ver a Deus na Plenitude. Graças a Deus!
Trechos extraído do texto do site: ofielcatolico.com.br
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