Seu pensamento, Sua nobreza e elevação de Alma em meio aos sofrimentos…
Revista Catolicismo: Trechos da conferência proferida por Plinio Corrêa de Oliveira em 10/02/1976, que analisa fotografias de uma imagem de Cristo flagelado, tecendo profundas considerações que se prestam à reflexão de nossos prezados leitores.
Dizer que essa representação de Cristo flagelado é bela, seria dizer pouco. Muito mais do que isso, ela é impressionante. Profundamente impressionante! E de molde a despertar muito a piedade, e é, enquanto tal, que desejo fazer a exposição.
À primeira vista, quando me foi apresentado esse quadro de Cristo flagelado fiquei chocado, porque as feridas do corpo sagrado de Nosso Senhor estão apresentadas com tal realismo e de modo tão brutal, que o instinto de conservação do homem clama vendo a cena; tem a tendência a fugir e achar que não é arte representar de modo tão terrificante. O que é de nossa parte um primeiro impulso, mas que deve ser dominado, porque o contrário seria uma ingratidão.
Tal será que Nosso Senhor Jesus Cristo, tendo sofrido tudo o que padeceu por nós, não queiramos sequer olhar para seu corpo chagado porque pode nos desagradar. É uma ingratidão e uma falta de respeito sem nome. Como um primeiro impulso se compreende. É uma reação quase física. Mas seria ingratidão consentir nesse impulso.
Compreende-se então que o escultor tenha chegado a esculpir de modo tão terrivelmente realista essa imagem.
Primeiramente, analisando o quadro, cheguei à conclusão de que deveria ser uma escultura espanhola em madeira. Com aquele realismo das imagens espanholas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eu não tinha informações sobre essa imagem, onde ela se encontrava etc. Isto porque apenas me deram de presente a estampa num quadro ornado com muita bonita moldura, mas sem mais informações. Depois soube que é uma imagem do Canadá.
Para que se tenha ideia do que foi a flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo, como está representada nessa imagem, é preciso compreender todo o significado das chagas terríveis que apresenta, bem como da coroação de espinhos.
Os verdugos que flagelaram Nosso Senhor eram malfeitores, bandidos, que foram levados para exercer essa função.
De onde um verdadeiro furor dessa gente péssima, com aquele gosto sádico de fazer o mal que caracteriza esse tipo de pessoas. Homens embebedados, que já tinham flagelado vários condenados, estavam no delírio de seu ódio quando Nosso Senhor lhes caiu nas mãos. Ocorre que gente muito infeliz com frequência tem ódio de quem é normal e feliz. Assim, eles se desafogam do seu triste estado.
Antes mesmo da flagelação começar, Nosso Senhor foi tratado com tal brutalidade que estremecia à vista da coluna.
Crucifixão (detalhe) – Duccio di Buoninsegna (1308-1311) Museu dell´Opera del duomo, Siena (Itália)Segundo relatos de videntes, Nossa Senhora estava vendo o que iriam fazer com seu Divino Filho. E nessa perspectiva, olhava no momento em que Ele se submeteria voluntariamente a esse tormento pavoroso. Isso produziu n’Ela o mais explicável terror, tendo desmaiado nos braços das santas mulheres que A acompanhavam.
Nosso Senhor sofreu uma distensão porque seu corpo pendia atado à coluna, onde foi flagelado desde a cabeça até os pés. Ele gemeu de dores, mas com um timbre de voz dulcíssimo, que se elevou em meio da brutalidade da cena, fazendo orações enquanto era flagelado de modo pavoroso.
A turba multa estava longe, do lado de fora do edifício, acompanhando a flagelação, e de vez em quando se ouvia: “Morra! Morra! Crucifica-O!”. Escutavam-se ora as vozes bestiais da multidão, ora a voz isolada de Nosso Senhor, na qual se marcavam naturalmente o temor e o tremor, mas junto a decisão de continuar em frente. Era a oração que Ele rezava.
Flagelação de Cristo – Antônio alemão, séc. XVI. Museu de Belas Artes, Córsega (França)Também segundo relatos de videntes, enquanto o Cordeiro de Deus era açoitado, ovelhas que estavam sendo preparadas para a morte baliam. Então havia duas espécies de vozes como que em coro. Um coro que uivava todos os gritos do ódio, e outro coro, do Cordeiro de Deus e das ovelhas preparadas para o sacrifício que baliam. Nosso Senhor rezava e às vezes ouvia-se a trombeta dos soldados romanos ordenando silêncio à multidão para que Pilatos pudesse falar.
A maldição pairava sobre os judeus deicidas. Até alguns dos soldados romanos tiveram pena de Nosso Senhor; mas aquele povo não teve. De outro lado, percebe-se notar a abominação em que pode cair um povo. Os soldados romanos andavam de um lado para outro proferindo insultos. Os judeus deicidas odiavam Aquele que os havia coberto de benefícios, dos maiores atos de benefício e de bondade. O que é próprio a todos os transviados, a todos os decadentes, a todos os tarados: eles confiam em quem não devem, desconfiam daqueles em quem devem confiar; eles são susceptíveis por ofensas que não recebem e aceitam bem ofensas que não mereciam. Tudo isso devido ao completo desvio de suas mentes.
Narra-se que os verdugos ficavam cansados de tanto açoitar e tinham que ser substituídos. E Nosso Senhor aguentou tudo das turmas sucessivas desses verdugos despencando o ódio contra Ele, açoitado com varas e látegos com pontas de ferro para arrancar a carne.
Pessoas passavam perto do edifício, montadas em seus camelos, inteiravam-se do que ocorria e iam embora. Não desciam para protestar, ao menos para ver Nosso Senhor e ter pena d’Ele. Nem queriam ouvir os gemidos d’Aquele que os estava resgatando. É bem a atitude do indiferente, do homem dominado apenas por sua vidinha e por seus interesses.
Não se pode esquecer que Nossa Senhora estava num ângulo da praça assistindo a tudo isto: o ódio contra seu Filho, o ódio dos inimigos da Igreja Católica, o ódio do homem possuído pelo demônio. Pode-se então imaginar o porquê do desmaio da Santíssima Mãe.
Enquanto Nosso Senhor era flagelado, já se preparava a coroa de espinhos. Uma narração conta que apareceu um homem do povo e cortou as cordas que amarravam Jesus Cristo à coluna; mas depois desapareceu no meio da multidão. Ele não procurou conclamar as pessoas para salvar Nosso Senhor; não optou por sacrificar sua vida ao lado de Jesus Cristo; teve um lampejo de coragem e fugiu. Viu Nosso Senhor cair no solo, mas não foi capaz de erguê-Lo. Nessas épocas históricas até os corajosos são poltrões, os mais admiráveis podem também apresentar aspectos de atitudes desprezíveis.
O corpo de Jesus permaneceu caído ao solo. Passaram umas mulheres e os soldados proferiram palavras imorais dirigidas a elas. Que houvesse de ocorrer isto: a passagem de mulheres despudoradas, revelando sua frieza diante d’Ele. Logo Ele dirigiu seu olhar para elas — evidentemente uma graça que lhes era concedida. Qual a atitude delas? Afastaram-se.
Tudo isso foi um contínuo auge do pavoroso. Quando se imagina estar tudo esgotado surgiu algo pior ainda, um tormento moral acrescentou-se ao tormento físico. Uma coisa inenarrável.
Entretanto, Nosso Senhor rezava por todos os homens de todos os tempos. É algo muito salutar guardarmos a recordação disso. Assim, quando pedirmos alguma coisa a nosso Divino Salvador, suplicarmos por meio de Nossa Senhora, que pelas orações feitas por Ele junto à coluna, nos alcance essa ou aquela graça. Obtenha-nos a emenda de um pecado, a comoção de nossa alma em tal ponto de dureza, enfim qualquer outra graça. É uma esplêndida oração, que podemos fazer e relacionar com a imagem de Cristo flagelado.
Uma cena que se passou mostra a dureza dos malfeitores. Nosso Senhor caiu no solo, dilacerado de dor, sem mais poder mover-se; deram-Lhe pontapés e ordenaram que Ele se levantasse. Não tendo forças para levantar-se por si só, foi colocado de pé e jogaram-Lhe suas roupas. Nosso Senhor limpou o próprio rosto do sangue, sem ter quem Lhe ajudasse. Que cena comovente!
Depois de tudo isso, ainda sobreveio a coroação de espinhos, cujas pontas penetraram na cabeça, ferindo o Redentor, tendo o sangue escorrido até a boca.
Em seguida, Pilatos apresentou Jesus Cristo ao público dizendo “Eis o homem!”
Nessa imagem, a carne aparece toda entumecida, toda lanhada pela flagelação. Olhem as mãos! Analisem o olhar! O que considero mais emocionante nela é o olhar, muito pensativo, profundamente meditativo. Tenho visto incontáveis crucifixos em que Nosso Senhor parece abismado, aliás legitimamente e santamente, na consideração de sua própria dor, em que o artista procura atrair a atenção da pessoa que vê o crucifixo para as dores de Nosso Senhor, visando provocar compaixão. E o próprio olhar d’Ele parece perguntar: “Pelo menos nesta dor tu não tens pena de mim?”
Porém, nesta imagem, interpreto o olhar de outra maneira. É bem verdade que a dor está presente. É o olhar de uma pessoa que sofre profundamente. Mas, acima da dor, há uma reflexão profunda e consternada, de quem pensa com profundidade a respeito do que Lhe está acontecendo. Pensa a respeito do significado transcendente, metafísico e sobrenatural de todas as dores pelas quais Ele está sofrendo.
É propriamente uma meditação sobre sua própria Paixão como Ele desejaria que fizéssemos. Meditação que eu interpreto, olhando a face sagrada, partindo de um ponto altíssimo, do mais alto ponto de consideração em que uma mente humana possa colocar-se. Mas é ao mesmo tempo uma meditação que vai até o mais concreto, ao mais palpável, ao mais miúdo, ao mais distante da transcendência, e une tudo numa visão comum. Une tudo numa só consideração global não apenas do que contra Ele estão fazendo, mas também do que fazem por Ele. Não apenas os homens vivos de sua época, mas de todos os homens que ao longo dos tempos considerariam esse passo da Paixão e que seriam frios, indiferentes, cruéis; mas também daqueles que O adorariam, transportados de amor, de admiração, de veneração, considerando a situação em que Ele se encontra.
Essa imagem me relembra as palavras do profeta Simeão sobre Jesus: “Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações” (São Lucas, 2, 34-35). Quer dizer, dividindo a História, cindindo-a de alto a baixo em dois: os que eram d’Ele e os que eram contra Ele; salvando alguns e perdendo os outros.
Parece-me que tais considerações, e outras ainda altíssimas, estão expressas nesse olhar, que, como se pode ver, pousa ao longe, num ponto indefinido.
Mas de outro lado, a escultura revela uma altaneria na posição d’Ele. Notem que, por mais que esteja alquebrado, Ele não está arqueado; pelo contrário, o tronco sagrado ereto numa posição que se poderia chamar nobre. A própria cabeça não está caída de um modo desairoso; sem estar inteiramente erguida, de modo arrogante, está posta com uma naturalidade profunda e nobre sobre o pescoço, e ereta como um homem que pensa muito, entregue às suas mais altas cogitações.
Notem, em outro aspecto, a posição lindíssima dos braços. Dir-se-ia um personagem que está num ato de muito protocolo e etiqueta. Nas cortes, muitas vezes o modo correto de postar os braços diante de um rei ou de uma rainha é este. Assim está Ele. E assim podem vê-Lo com o corpo flagelado. Há partes da carne sagrada que não foram batidas e outras em que a carne foi arrancada.
Historicamente, Jesus Cristo estava cercado por gente que ria d’Ele. Mas Ele não olha para as pessoas. Ele as transcende, não toma conhecimento, está infinitamente acima de tudo isso, entregue a seus pensamentos, à sua oração.
Poder-se-ia colocar, entre os muitos títulos que essa imagem mereceria, a frase: “Jesus autem orabat” (Jesus porém orava); como também a frase: “Jesus autem tacebat” (Jesus porém calava-se).
Observem o manto da irrisão que os verdugos colocaram sobre os ombros de Nosso Senhor por ocasião da coroação de espinhos. Apesar de tudo, o manto cai de modo composto, indicando nobreza, beleza moral e força moral que não O abandonaram nem mesmo nas situações mais terríveis.
Creio que representa a última expressão do comovedor dentro desta linha: Cristo enquanto pensando, enquanto refletindo profundamente, enquanto orando durante sua Paixão.
Nessa outra fotografia da imagem, parece-me discernir no olhar três aspectos: primeiro, muita dor física, que se exprime seguida de muita angústia diante da dor que virá. É uma figura que está no meio de todo tormento e que sente o que ainda terá que suportar. Portanto, no auge do horror, em que Ele ainda não padeceu tudo. A morte que O libertará ainda está longe. Já sofreu tanto que perdeu toda a força para resistir, mas ainda tem que aguentar enormemente.
Há uma ansiedade e uma angústia; mas uma angústia doce, suave, sem agitação e confiante: Meu Pai atenderá minha prece, Eu chegarei até o fim. Isto tem um sentido.
Notem também a tristeza moral profunda. Como que divinamente decepcionado com aqueles que O abandonaram. Parece que, nessa hora, Ele se lembra não dos miseráveis que O chicotearam, mas dos Apóstolos que O deixaram! Que Ele está, um por um, revendo cada Apóstolo. E está pensando em São Pedro sobre quem Ele edificou a Igreja. Pensando em São João, o Apóstolo virgem, que horas antes ainda deitara a cabeça sobre Seu peito para fazer-Lhe uma pergunta particular. Pensando em São Bartolomeu, que Ele mesmo qualificara como um verdadeiro israelita no qual não havia fraude, e que, entretanto, igualmente O abandonou. Pensando em todos os outros. Com horror, pensando no filho da perdição que O vendeu. Considerando todos aqueles que O trairiam ao longo dos séculos.
Mas também está pensando nos sacerdotes de hoje, nos bispos, nos cardeais e no Papa de hoje.
Ele está refletindo em algo que o angustia enormemente, que é magnífico: no sofrimento de Nossa Senhora.
Parece-me ver os olhos do pensador meditando, examinando do ponto de vista da filosofia e teologia aquele acontecimento central da História: sua Paixão e Morte. Em meio de tudo isso, Ele está rezando. A meu ver, é patente que há uma magnífica oração.
Fotografado sob outro ângulo, parece-me que a impressão da dor física é um tanto menor, enquanto a impressão da angústia e da reflexão é ainda maior.
Noutro ângulo, aparece um conjunto de várias expressões, de diversos close-ups de Seu rosto Sagrado. Tudo se junta numa fisionomia una, na qual sobressai a vergastada profunda na testa.
Quando uma pessoa pensa, costuma frequentemente formar um vinco desse tipo na testa. É a meditação do verdadeiro Homem-Deus, que é acompanhada de dor e pensamento. Quantas vezes conjuga tristeza e amargura. Uma meditação que faz sangrar a alma, que envelhece, encanece, consome, mas também eleva e santifica.
Nessa fotografia aparece por inteiro o corpo divino. Eu não tenho nada que dizer! Notem a tumefação do braço esquerdo que nessa visão se percebe melhor. Esses braços ainda vão carregar a Cruz e as mãos ainda vão ser cravadas na Cruz, até sua Morte. Isso constitui a imensidade de tormentos que O aguardam depois de ter sofrido tanto.
Em detalhe, vemos amarradas as mãos sagradas do Onipotente. Percebem-se as pontas dos dedos. É belo contemplar que as mãos são apresentadas inteiramente descontraídas, não há contração nervosa. Mas aparecem como as mãos de um rei, prontas para serem osculadas. É o Rei da dor.
Por vezes tais impressões são pessoais. E se bem que as fotografias da escultura estão muito bem tiradas, sou da tese de que os projetores [de slides] raramente dão toda a realidade do que projetam, e que a imagem é muito mais real.
Eu pretendo depois trazer o quadro e colocá-lo em vários lugares, para que todos os senhores possam vê-lo bem. Após, destinarei o lugar onde com toda propriedade possa ficar de modo definitivo.
Não queria deixar de assinalar esta ocasião de graças que todos recebemos. É evidente que este quadro, para verdadeiros devotos e escravos de Nossa Senhora, segundo a consagração ensinada por São Luís Maria Grignion de Montfort, nos induz a entender que tendo Nosso Senhor sofrido tudo isso, foi pelos rogos de Maria que esse sangue é aplicável a nós. Se nossa presença Lhe não causa horror, mas, pelo contrário, é aceita com misericórdia, deve-se aos rogos de Maria. Ela é o caminho necessário, por vontade de Deus, para nos aproximar de seu Divino Filho. E sermos, não digo dignos, mas ao menos de algum modo proporcionados para olharmos essa figura e rogar por nós e pela Igreja.
Julgo que o escultor produziu uma obra de arte extraordinária no seguinte sentido: muitas vezes vemos num quadro ou escultura a expressão da alma do artista. É o modo pelo qual ele exprimiu o que certo tema lhe produziu na alma. Mas muito mais belo é quando o artista de tal maneira se deixa identificar com o tema, que apenas este aparece. No caso, apenas Nosso Senhor Jesus Cristo. Ou seja, o artista de tal maneira viveu, por assim dizer, a dor de Nosso Redentor, que produziu a representação de Jesus, e depois se apaga. Não se percebe qual era o seu estado de alma a não ser mediante a extrema inteligência, propriedade, finura, e, sobretudo, a extrema piedade com que conseguiu apresentar a obra. A meu ver, este é o auge do mérito quanto a uma obra de arte.
Uma consideração final: hoje a Igreja está atada à coluna da flagelação. Fazendo cessar a causa, cessa o efeito. Se quisermos eliminar em nossa alma um estado ruim, devemos perguntar qual a causa desse estado para fazê-lo cessar.
Surge então a pergunta: Qual a razão de nossa indiferença? — Ela tem sua raiz na indiferença maldita do homem moderno por tudo que não seja ele próprio. Vemos povos afundarem em desditas, lemos nos jornais atrocidades praticadas pelo sistema comunista, mas as pessoas não se importam com isso.
Por quê? — Porque só se incomodam consigo mesmas, apenas se preocupam com suas coisinhas. Dos verdadeiros interesses sérios elas não cuidam. Interessam-se apenas pelas bagatelinhas de todos os dias.
Quantas e quantas vezes autênticos católicos são escarnecidos, por vezes até agredidos! Quem toma posição em sua defesa?
Todo sofrimento de qualquer católico, se aceito com espírito de fé, pode ser comparado ao sofrimento infinitamente precioso de Nosso Senhor Jesus Cristo. Há uma analogia. Passamos por muitos sofrimentos, mas em comparação com os d´Ele, são insignificantes.
“MAS QUE MAL FEZ ELE?”
“Pilatos perguntou-Lhe outra vez: Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam! Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado. Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem. Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio. O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder. Pilatos respondeu-lhes: Quereis que vos solte o rei dos judeus? (Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.) Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás.
Pilatos falou-lhes outra vez: E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?
Eles tornaram a gritar: Crucifica-o!
Pilatos replicou: Mas que mal fez ele? Eles clamavam mais ainda: Crucifica-o!
Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado.
Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte. Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça. E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus! Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo. Depois de terem escarnecido d´Ele, tiraram-lhe a púrpura, deram-Lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar”. (São Marcos, 15, 9-20)
Fonte : Revista Catolicismo em 24 de março de 2016
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OBS.: Segundo revelações particulares, jamais um ser humano sofreu tanto quanto o homem Deus, Jesus Cristo. O Pai nunca permitiu que outro homem passasse por igual bateria de tormentos. Consta que, no lugar dele, pelo menos 20 homens teriam morrido. OU seja, se dividissem os 5,480 golpes que ele recebeu, e os aplicassem em 20 homens diferentes, todos morreriam. Somente desde a prisão até chegar a pilatos, eles já teriam matado tres vezes. Mas o céu o fortalecia – sem aliviar a dor – para que Ele pudesse suportar a próxima saraivada de golpes.
E saber que cada um de nós culpa neste sefrimento!… Pior ainda, é saber que Jesus passaria tudo isso, apenas para salvar a minha alma, sozinho, se fosse eu o único pecador da terra: jamais agradeceremos o suficiente e nunca pagaremos o que Ele fez por nós!
(Aarão)
A redação de Catolicismo apenas selecionou trechos mais adequados para esse período da Quaresma, inseriu alguns subtítulos e os transpôs para a linguagem escrita, não revista pelo brilhante orador .
Texto extraído do site: recadosaarao.com.br
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