Artigo: Campanha da Fraternidade 2014

CAMPANHA DA FRATERNIDADE E DIREITOS HUMANOS
Por: Toninho Kalunga

“Pra mim a essência da religião esta em defender os direitos humanos! É somente a partir da dignidade humana que se pode adorar e bendizer à Deus! É esta a razão que me move a ser contrário ao aborto, mesma razão que me move a ser contrário à pena de morte para o sujeito que muito mal fez a alguém! Aplico o mesmo princípio, pois assim minha coerência se completa!”

“A vida, tem que ser permitida, desde a concepção até a morte natural!”

O tema da Campanha da Fraternidade deste ano, é um tema por excelência, de Direitos Humanos! E quem imaginar que defender os direitos humanos seja apenas defender o óbvio, se engana! Defender os Direitos Humanos é defender a perspectiva de que acima de qualquer outro direito, o direito à vida é primordial! E por isso, nenhuma pessoa e nenhum estado, sob nenhum pretexto, pode tirar a vida… seja do nascituro inocente, seja do deliquente juvenil, seja do presidiário!

Quem quiser tomar esta cruz, que a assuma… ela é pesada e incompreendida, sinal de contradição… sinal de quem compreende a fé além dos joelhos postos diante de um altar! (Que é fundamental, depois da missão cumprida, durante o trajeto ou antes de inicia-lo. Se não for nestes momentos, corre-se o risco de esvaziar e tornar isso,apenas um gesto vazio)

Em breve estaremos mais uma vez refletindo sobre a Campanha da Fraternidade. Este ano, estaremos falando sobre uma grande chaga que assola o humanidade! A questão do tráfico humano!

A maioria das pessoas pode até não saber e imaginar que esta completamente livre desta situação, porém as estatísticas mostram que isso pode não ser tão simples assim!

Somente no Brasil, existem mais de 240 rotas de tráficos de seres humanos que são explorados, escravizados e tratados como mercadoria!

A Campanha da Fraternidade 2014 traz o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1)

Para se ter uma idéia do poder destas quadrilhas, o trafico humano hoje, no Brasil movimenta mais dinheiro que o trafico de drogas! A surpresa de dados como estes dão a dimensão dos riscos e do que significa este mercado criminoso!

A face mais conhecida deste crime que movimenta mais de 32 Bilhões de dólares por ano é a prostituição feminina! Mas não são apenas mulheres que alimentam este mercado, em grande parte das vezes, crianças são levadas pra fora do pais, onde são prostituidas e vendidas por altos preços para serem violentadas e usadas por poderosos que são absolutamente anônimos. Normalmente o turismo sexual é o caminho mais simples. Embarcam mulheres com promessas de emprego e ao fim, elas acabam por trabalhar em casas noturnas e boates!

Outro modelo perverso e lucrativo é a venda de órgãos, adoções ilegais e a terrível pornografia infantil!

Outra ação comum são as imigrações ilegais com o obejtivo de exporação do trabalho em condições sub-humanas como por exemplo os bolivianos em oficinas de costura em São Paulo!

O que caracteriza o tráfico de pessoas é: ““recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração.”

Conforme Protocolo Adicional Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e Crianças (Palermo, 2000), instrumento já ratificado pelo governo brasileiro.

As vezes pensamos que essas coisas só acontecem em filmes! Infelizmente, para as vitimas, na realidade o mocinho nunca aparece no final e tudo fica bem! Estas pessoas morrem, são violentadas, são humilhadas, são afastadas de forma brutal dos seus ente queridos e na maioria das vezes, apenas como “desaparecidas”!

A Igreja Católica acerta mais uma vez em tratar de um problema tão grave e proporcionalmente tão distante do centro dos debates nacionais!

Colaboração: Robinson Cerantula