Pontífice batizou 32 crianças em cerimônia curta no Vaticano.
Entre eles, uma filha de casal casado só no civil e um filho de mãe solteira.
O Papa Francisco batizou 32 bebês na Capela Sistina, neste domingo (12), e disse às mães que não ficassem incomodadas por alimentar seus filhos ali.
Ao contrário dos seus antecessores, que normalmente faziam longas homilias cheias de teologia durante o evento anual, o Papa fez uma breve homilia, improvisada, com cerca de 300 palavras focada nas crianças.
“Hoje o coral vai cantar, mas o mais belo coral de todos é esse coral composto por bebês, que vai fazer barulho. Alguns vão chorar porque não estão se sentindo confortáveis, ou porque estão com fome,” ele disse em tom familiar e descontraído para os pais.
Os afrescos de Michelangelo na Capela Sistina são algumas das obras mais famosas do mundo das artes. O teto retrata a criação do homem e a parede do altar mostra um Deus severo no Juízo Final.
Mas o Papa disse às mães que elas não se sentissem intimidadas pelo ambiente.
“Mães, se eles estiverem com fome, alimentem seus filhos, sem pensar duas vezes. Porque eles são as pessoas mais importantes aqui,” ele disse, falando na mesma sala onde foi eleito em 13 de março como o primeiro papa não europeu em 1.600 anos.
Francisco disse em uma entrevista no mês passado que as mães não devem se sentir desconfortáveis por amamentar durante suas cerimônias.
Filho de mãe solteira
Entre os batizados, estavam a filha de um casal que contraiu apenas um matrimônio civil, assim como o filho de uma mãe solteira.
Um casal de militares italianos que assistiu a uma audiência geral do Papa há vários meses havia pedido a Francisco que batizasse sua filha Giulia e ele aceitou, declararam os pais da menina à imprensa.
Mas, quando enviaram os documentos ao Vaticano, ficou claro que haviam contraído apenas um matrimônio civil. Isso não impediu que o Papa batizasse sua filha.
O pontífice também batizou o bebê de uma mãe solteira, que havia pensado inicialmente em abortar quando seu companheiro a abandonou, antes de desistir disso, e havia escrito uma carta a Francisco.
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Fonte: g1/globo.com
Posso batizar meu filho não sendo casado na Igreja Católica?
Até pouco mais da metade do século XX todas as famílias eram constituídas da mesma forma: pai, mãe e filhos. Os pais eram casados na Igreja e os filhos ali batizados. Pouquíssimas eram as exceções. A partir dos anos 60, 70, outras formas de convívio, infelizmente, foram surgindo. Muitos casais deixaram de se unir em matrimônio perante Deus, na Igreja, e a dúvida surgiu: é possível batizar os filhos desses casais que não receberam o sacramento do matrimônio?
Como mãe e mestra, a Igreja sempre acolhe seus filhos e não seria diferente para com essas crianças. Para tanto, basta que os pais, ou apenas um dos cônjuges ou ainda quem, de forma legítima, fizer as suas vezes, consintam no batismo. Outro fato importante e que a Igreja recomenda é de que “haja fundada esperança de que [a criança] será educada na religião católica; se essa esperança faltar de todo, o batismo seja adiado segundo as prescrições do direito particular, avisando-se aos pais sobre o motivo.” (CDC 868)
Esse cânon deixa claro que a criança cujos pais não são legitimamente casados pode – e deve – ser batizada.
Para tanto, basta que alguém próximo, normalmente a avó, tenha a reta intenção de educar a criança na fé católica e que um dos pais consinta, ainda que o outro se oponha. O que é indispensável, nesse caso, é que seja feita uma boa escolha dos padrinhos, pois, a eles caberá a missão de garantir à criança o acesso a uma educação católica e à Igreja.
Existe ainda a possibilidade de somente um dos pais dessa criança ser católico. Aos olhos da Igreja, o cônjuge católico encontra-se em pecado, posto que vive maritalmente sem ter recebido o sacramento do matrimônio. Para ele, a Igreja oferece também uma solução, pois entende que o casamento civil, por si só, já é um consentimento manifestado por ambas as partes de que desejam estar casados. Assim, basta que deem início ao pedido de sanação radical do matrimônio.
Conforme se sabe, esta medida visa a convalidar um matrimônio nulo, sem que seja necessária a renovação do consentimento. A sanação só pode ser “concedida pela autoridade competente, trazendo consigo a dispensa do impedimento, se o houver, e também da forma canônica, se não tiver sido observada, como ainda a retroação dos efeitos canônicos ao passado.” (CDC 1161)
A sanação radical pode ser aplicada quando apenas um dos pais é católico. Essa possibilidade é contemplada pelo cânon 1163, do mesmo código, quando diz que “pode ser sanado, o matrimônio nulo por impedimento ou por falta de forma legítima, contanto que persevere o consentimento de ambas as partes.”
Ora, como já existe a vontade de se casar, pois os pais já o fizeram no civil, é possível, então, procurar o Bispo diocesano, o qual está apto a oferecer esse remédio canônico para que o cônjuge católico possa voltar à comunhão da Igreja e receber os sacramentos.
Como se vê, a Igreja procura acolher todos os seus filhos e contemplar, com seus olhos de mãe, todas as situações pelas quais eles possam passar, propiciando para que retornem ao seu seio pelo amor e acolhimento.
Fonte: padrepauloricardo.org
CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO SOBRE O BATISMO
CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje iniciamos uma série de catequeses sobre Sacramentos, e a primeira diz respeito ao Batismo. Por uma feliz coincidência, domingo próximo é justamente a festa do Batismo do Senhor.
1. O Batismo é o sacramento sobre o qual se funda a nossa própria fé e que nos une como membros vivos em Cristo e na sua Igreja. Junto à Eucaristia e à Confirmação forma a chamada “iniciação cristã”, a qual constitui como um único, grande evento sacramental que nos configura ao Senhor e faz de nós um sinal vivo da sua presença e do seu amor.
Pode nascer em nós uma pergunta: mas é realmente necessário o Batismo para viver como cristãos e seguir Jesus?
Não é no fundo um simples rito, um ato formal da Igreja para dar nome ao menino e à menina? É uma pergunta que pode surgir.
E a tal propósito, é esclarecedor o que escreve o apóstolo Paulo: “Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova” (Rm 6,3-4). Portanto, não é uma formalidade! É um ato que toca em profundidade a nossa existência.
Uma criança batizada ou uma criança não batizada não é o mesmo. Não é o mesmo uma pessoa batizada ou uma pessoa não batizada.
Nós, com o Batismo, somos imersos naquela inexaurível fonte de vida que é a morte de Jesus, o maior ato de amor de toda a história; e graças a este amor podemos viver uma vida nova, não mais à mercê do mal, do pecado e da morte, mas na comunhão com Deus e com os irmãos.
2. Muitos de nós não temos a mínima recordação da celebração deste Sacramento, e é óbvio, se fomos batizados pouco depois do nascimento. Fiz esta pergunta duas ou três vezes, aqui na Praça: quem de vocês sabe a data do próprio Batismo, levante a mão.
É importante conhecer o dia no qual eu fui imerso propriamente naquela corrente de salvação de Jesus.
E me permito dar-lhes um conselho. Mas, mais que um conselho, uma tarefa para hoje. Hoje, em casa, perguntem a data do Batismo e assim saibam bem o dia tão belo do Batismo.
Conhecer a data do nosso Batismo é conhecer uma data feliz. O risco de não sabê-lo é de perder a memória daquilo que o Senhor fez em nós, a memória do dom que recebemos.
Então acabamos por considerá-lo somente como um evento que aconteceu no passado – e nem por vontade nossa, mas dos nossos pais – que já não tem mais nenhuma incidência no presente. Devemos despertar a memória do nosso Batismo.
Somos chamados a viver o nosso Batismo a cada dia, como realidade atual da nossa existência. Se conseguimos seguir Jesus e permanecer na Igreja, mesmo com os nossos limites, com as nossas fragilidades e os nossos pecados, é propriamente pelo Sacramento no qual nos tornamos novas criaturas e fomos revestidos de Cristo.
É por força do Batismo, de fato, que, livres do pecado original, somos unidos à relação de Jesus com Deus Pai; que somos portadores de uma esperança nova, porque o Batismo nos dá esta esperança nova: a esperança de seguir pelo caminho da salvação, toda a vida. E esta esperança nada e ninguém pode extinguir, porque a esperança não desilude.
Lembrem-se: a esperança no Senhor não desilude nunca. Graças ao Batismo, somos capazes de perdoar e de amar também quem nos ofende e nos faz mal; que conseguimos reconhecer nos últimos e nos pobres a face do Senhor que nos visita e se faz próximo.
O Batismo nos ajuda a reconhecer na face das pessoas necessitadas, nos sofredores, também no nosso próximo, a face de Jesus. Tudo isso é possível graças à força do Batismo!
3. Um último elemento, que é importante. E faço a pergunta; uma pessoa pode batizar a si mesma? Ninguém pode batizar a si mesmo! Ninguém.
Podemos pedi-lo, desejá-lo, mas sempre precisamos de alguém que nos administre este Sacramento em nome do Senhor. Porque o Batismo é um dom que vem concedido em um contexto de solicitude e de partilha fraterna. Sempre na história, um batiza o outro, o outro, o outro… é uma sequência. Uma sequência de Graça. Mas, eu não posso me batizar sozinho: devo pedir a um outro o Batismo. É um ato de fraternidade, um ato de filiação à Igreja.
Na celebração do Batismo podemos reconhecer as feições mais genuínas da Igreja, a qual como uma mãe continua a gerar novos filhos em Cristo, na fecundidade do Espírito Santo.
Peçamos então de coração ao Senhor poder experimentar sempre mais, na vida de cada dia, esta graça que recebemos com o Batismo. Encontrando-nos, os nossos irmãos possam encontrar os verdadeiros filhos de Deus, verdadeiros irmãos e irmãs de Jesus Cristo, verdadeiros membros da Igreja.
E não esqueçam a tarefa de hoje: procurar, perguntar a data do próprio Batismo. Como eu conheço a data do meu nascimento, devo conhecer também a data do meu Batismo, porque é um dia de festa.
Fonte: papa.cancaonova.com
Jesus acolhia a todos, sentava-se com publicanos, prostitutas etc., porque jesus mesmo disse não vim para os sãos e sim para os doentes. A igreja de Cristo deve ser como ele acolhedor, agregador. Acredito que assim as pessoas participarão dos sacramentos e ritos de coração e não por imposição.
Sim! E Jesus ainda dizia: “Vá e não peques mais”. Quem participa dos ritos por imposição é porque ainda não conhece Jesus, a Ele devemos seguir por amor!