“A Luz da Fé” – Intitulada Lumen fidei, documento quer recuperar o caráter de luz específico da fé.
A primeira Encíclica do Papa Francisco foi apresentada nesta sexta-feira, 5, em coletiva de imprensa no Vaticano. Intitulada Lumen fidei, “A luz da fé”, o documento é dirigido aos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e a todos os fiéis leigos e busca recuperar o caráter de luz específico da fé, capaz de iluminar a existência humana.
O documento é o primeiro a ser escrito por dois Papas. Ele começou a ser desenvolvido pelo Papa Emérito Bento XVI e depois contou com a contribuição do atual Papa, Francisco.
“À trilogia de Bento XVI sobre virtudes teologais faltava um pilar. A Providência quis que o pilar que faltava fosse um presente do Papa emérito ao seu sucessor e ao mesmo tempo um símbolo de unidade, porque assumindo e levando ao cumprimento a obra iniciada pelo seu predecessor, Papa Francisco dá testemunho com ele da unidade da fé”, declarou o Prefeito da Congregação dos Bispos, Cardeal Marc Ouellet, presente na coletiva.
Segundo escreve o Santo Padre na encíclica, a fé é um bem comum que ajuda a edificar a sociedade, levando a esperança. E este é o coração da Lumen fidei.
“Numa época como a nossa, a moderna – escreve o Papa – em que o acreditar se opõe ao pesquisar e a fé é vista como um salto no vazio que impede a liberdade do homem, é importante ter fé e confiar, com humildade e coragem, ao amor misericordioso de Deus, que endireita as distorções da nossa história”.
Para o Cardeal Ouellet, a encíclica apresenta verdadeiramente a fé cristã como uma luz proveniente da escuta da Palavra de Deus na história. “Uma luz que mostra o amor de Deus no trabalho para fazer uma aliança com a humanidade”
Fonte: cancaonova.com
A encíclica é dividida em 60 itens e tem uma introdução, quatro capítulos e uma conclusão. Encíclicas são cartas abertas, escritas pelo Santo Padre, dirigidas ao mundo. João Paulo II, publicou 14 delas. Bento XVI publicou três.
Abaixo, o parágrafo que inicia a Encíclica “Lumen Fidei”:
1. A luz da Fé: assim é como a tradição da Igreja fala do grande presente trazido por Jesus. No Evangelho de João, Cristo diz de si mesmo: “Eu vim como luz para o mundo, para que todos aqueles que crêem em mim não permaneçam nas trevas” (Jo 12:46).
São Paulo usa a mesma imagem: “Deus disse: brilhe a luz das trevas, brilhou em nossos corações” (2 Cor 4:6). O mundo pagão, que ansiava por luz, já tinha visto o crescimento do culto ao deus sol, Sol Invictus, invocado a cada dia ao amanhecer. No entanto, embora o sol tenha nascido de novo todas as manhãs, era claramente incapaz de lançar sua luz sobre toda a existência humana.
O sol não ilumina toda a realidade, seus raios não conseguem penetrar na sombra da morte, no lugar onde os olhos dos homens são fechados à sua luz.
“Ninguém – São Justino Mártir escreve – está sempre pronto para morrer por sua fé no sol”. “Consciente do imenso horizonte que sua Fé abriu diante deles, os cristãos invocaram Jesus como o verdadeiro sol, cujos raios dão vida”. (RMDC)
Fonte: arautos.org
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