O papa Bento XVI aprovou a publicação de um “Motu Proprio” para redefinir alguns pontos da Constituição Apostólica e poder antecipar o conclave que elegerá o novo pontífice, informou nesta segunda-feira o Vaticano. A mudança no documento papal aprovado pelo seu antecessor permite aos cardeais realizar o conclave antes do dia 15 de março, prazo originalmente estipulado. Na semana passada, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, já havia adiantado essa possibilidade, uma vez que a Igreja está lidando com uma renúncia anunciada previamente, e não com uma súbita morte do pontífice.
De acordo com as regras da Igreja, seria necessário um período de 15 a 20 dias após o início da “Sé Vacante” – quando a Igreja Católica fica sem seu principal representante – para que todas as autoridades que participam das eleições cheguem ao Vaticano. Mas, com o anúncio prévio do fim do pontificado de Bento XVI a partir de 1º de março, as autoridades do Vaticano já elaboravam uma proposta que poderia ser avaliada pelos cardeais já no primeiro dia após a vacância papal. A revisão das regras se justifica pelo fato de que Bento XVI foi o primeiro papa a abdicar do cargo em 600 anos.
Segundo Lombardi, é preciso esperar o início da Sé Vacante e a reunião dos cardeais para se saber o dia em que começará a escolha do novo papa. No início da Sé Vacante, começam as congregações de cardeais, durante as quais será definida a data do conclave. A primeira congregação será realizada em 1º de março, horas depois da saída definitiva de Bento XVI do pontificado. A partir desse dia, os cardeais poderão anunciar a data do conclave.
O conclave que escolherá seu sucessor terá a participação de cinco cardeais brasileiros com direito a voto: o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); dom Raymundo Damasceno, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano; dom João Braz de Aviz, o arcebispo de São Paulo; dom Odilo Pedro Scherer; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo.
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Fonte: Reinaldo Azevedo – veja.com
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