Padroeira Santa Rosa de Lima

"A cruz é a escada para o céu…" Festa: 23 de Agosto

Entenda o que é Liturgia em 19 perguntas e respostas

1 – Que é Liturgia?

É o conjunto dos ritos prescritos pela Igreja para o exercício do culto público.

2 – Qual a origem da Liturgia católica?

Nas suas práticas fundamentais vem de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando Nosso Senhor instituiu os Sacramentos e a Santa Missa, estabeleceu os primeiros elementos do culto cristão.

3 – Qual o papel da Igreja quanto a esses ritos instituídos por Nosso Senhor?

Dado que estes ritos são essenciais, isto é, fazem a essência mesma da Santa Missa e dos Sacramentos, a Igreja, assistida pelo Espírito Santo, deve guardá-los cuidadosamente e transmiti-los. Ela pode explicitá-los, enriquecê-los com novas cerimônias e preces. Mas de maneira sempre fiel àqueles elementos essenciais.

4 – Qual é a relação que existe entre a Liturgia e a Fé?

Essa relação consiste naquele admirável e célebre princípio atribuído a São Celestino I (século V) e retomado depois por vários papas até Pio XII: “Lex orandi, lex credendi”; ele significa que a Liturgia (“lex orandi”) é estabelecida, ditada pela Fé (“lex credendi”). E, por ser a Liturgia a expressão externa da Fé, ela indica qual seja a Fé que a Igreja professava e professa. Ela é o testemunho, o escrínio da Fé.

5 – Qual é o principal ato de culto?

É o Santo Sacrifício da Missa.

6 – Em que consiste em geral o sacrifício?

O sacrifício, em geral, consiste em oferecer a Deus uma coisa sensível, e destruí-la de alguma maneira, para reconhecer o supremo domínio que Ele tem sobre nós e sobre todas as coisas.

7 – Que é a Missa?

É o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, sob as espécies de pão e de vinho, em memória do sacrifício da Cruz.

8 – O Sacrifício da Missa é o mesmo que o da Cruz?

O Sacrifício da Missa é substancialmente o mesmo que o da Cruz, porque o mesmo Jesus Cristo, que se ofereceu sobre a Cruz, é que se oferece pelas mãos dos sacerdotes, seus ministros, sobre os nossos altares, mas, quanto ao modo porque é oferecido, o sacrifício da Missa difere do sacrifício da Cruz, conservando todavia a relação mais intima e essencial com ele.

9 – Que diferença, pois, e que relação há entre o Sacrifício da Missa e o da Cruz?

Jesus Cristo sobre a Cruz se ofereceu derramando o seu Sangue e merecendo para nós; ao passo que sobre os altares Ele se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos de sua Paixão e Morte. Outra relação do Sacrifício da Missa com o da Cruz é que o sacrifício da Missa representa de modo sensível o derramamento do Sangue de Jesus Cristo na Cruz; porque em virtude das palavras da Consagração só o Corpo de nosso Salvador se torna presente sob as espécies de pão, e sob as espécies de vinho só o seu Sangue; entretanto, pela concomitância natural e pela união hipostática, está presente, sob cada uma das espécies, Jesus Cristo todo inteiro, vivo e verdadeiro.

10 – Para que fins se oferece o Santo Sacrifício da Missa?

Oferece-se o Sacrifício da Missa a Deus: 1) para honrá-Lo como convém, e sob este ponto de vista o sacrifício é latrêutico; 2) para Lhe dar graças pelos seus benefícios, e sob este ponto de vista o sacrifício é eucarístico; 3) para aplacá-Lo e dar-Lhe a devida satisfação pelos nossos pecados, para sufragar as almas do Purgatório, e sob este ponto de vista o sacrifício é propiciatório: 4) para alcançar todas as graças que nos são necessárias, e sob este ponto de vista o sacrifício é impetratório.

11 – Quem oferece a Deus o Santo Sacrifício da Missa?

O primeiro e principal oferente é Jesus Cristo, e o sacerdote é o ministro que em nome de Jesus Cristo oferece este sacrifício ao Eterno Padre.

12 – Que se entende por liturgia da Missa?

Entende-se o conjunto de cerimônias e preces que acompanham a Missa. O mesmo que rito da Missa.

13 – Como se desenvolveu a liturgia da Missa?

Nosso Senhor instituiu a liturgia da Missa, nos seus elementos essenciais, na Quinta-feira Santa. Essa liturgia primitiva já continha os principais dogmas eucarísticos: Presença Real de Nosso Senhor, Sacerdócio hierárquico, Transubstanciação, caráter sacrifical da Missa. O rito essencial usado por Nosso Senhor já continha a expressão dessas verdades necessariamente incluídas na Missa. Desde o século I, ainda com os apóstolos e seus sucessores imediatos, as palavras e gestos de Nosso Senhor foram enriquecidos com novas orações e cerimônias, sempre fiéis ao rito essencial.

No século IV havia quatro principais liturgias da Missa: o rito de Antioquia, o rito de Alexandria, o rito romano e o rito galicano. A partir do século V, porém, foi-se cristalizando a unificação dos ritos conforme o modelo romano ou latino, que dessa época em diante não sofreu mais nenhuma alteração expressiva.

No século XVI, São Pio V restaurou e codificou, tornando obrigatório, o rito romano tradicional. [Ressalte-se, contudo, como se verá mais abaixo, que o mesmo São Pio V permitiu a vigência dos ritos que tivessem, então, mais de duzentos anos, como o melquita, o maronita, o milanês, o toledano etc. (N. dos Ed.).] Daí por diante, até o Papa João XXIII, vigorou sempre esse rito da Missa codificado por São Pio V.

14 – No decurso dos séculos, os hereges procuraram difundir seus erros através da liturgia da Missa?

Os hereges de todos os tempos compreenderam que a melhor maneira de modificar a fé é mudar a liturgia. Por isso, sempre agiram assim, desde o século II com os gnósticos, e depois com os eutiquianos, os iconoclastas, os albigenses e os valdenses, e sobretudo com a mais revolucionária das heresias, o protestantismo, no século XVI. O fato de haver certa liberdade em matéria litúrgica até São Pio V facilitava a difusão dessas heresias.

15 – Quais foram os principais erros protestantes a respeito da Missa?

Negação do caráter sacrifical propiciatório da Missa, do sacerdócio hierárquico do Padre, da Presença Real de Nosso Senhor pela Transubstanciação. A Missa passou a ser para eles uma mera comemoração da Ceia, e nesse sentido revolucionaram toda a liturgia da Missa.

16 – Qual foi a reação da Igreja aos erros protestantes?

A reação veio como Concilio de Trento, infalível, que reafirmou e definiu a doutrina católica e anatematizou os hereges protestantes e suas doutrinas. No campo litúrgico o Concílio determinou a restauração do Missal Romano. A restauração foi realizada pouco depois do Concílio por São Pio V, na Bula Quo primum tempore (19 de julho de 1570).

17 – Que contém a Bula Quo primum tempore?

Na Bula, um dos documentos mais solenes da Igreja, São Pio V:

a) codifica a Missa conforme o Missal Romano tal qual existia antes dele, não compõe uma Missa nova;

b) obriga todos os Padres de rito latino a celebrar conforme este Missal, autorizando, todavia, os ritos com mais de 200 anos de uso em certas regiões;

c) concede um privilégio-indulto nos seguintes termos. “Em virtude de Nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: que, doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer igreja, se possa, sem restrição, seguir este ‘Missal’, com permissão e poder de usá-lo livre e licitamente, sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa incorrer em nenhuma pena, sentença e censura, e isto para sempre”;

d) conclui, decretando que a ninguém absolutamente seja permitido infringir as prescrições da Bula, e que se alguém, por temerária audácia, ousar atentar contra essas disposições incorrerá na indignação de Deus e dos santos Apóstolos Pedro e Paulo.

18 – A Bula Quo primum tempore é, então, válida perpetuamente?

Sim. Três características confirmam esta perpetuidade da Bula:

a) a finalidade da Bula: para que haja um Missal idêntico que, pela unidade da oração pública, proteja a unidade da Fé;

b) o método de estabelecimento: não foi nenhuma fabricação artificial, nenhuma reforma radical, mas a restauração do Missal Romano primitivo, da Missa da Tradição;

c) os autores: um Papa avocando toda a sua Autoridade Apostólica, em conformidade exata com o voto expresso por um Concílio Ecumênico infalível, o Concílio de Trento, em conformidade com a Tradição ininterrupta da Igreja Romana, e, enfim, quanto às partes principais do Missal, em conformidade com a Igreja Universal.

A reunião dessas características nos assegura que nenhum Papa jamais poderá licitamente ab-rogar a Bula de São Pio V, mesmo admitindo que o possa fazer validamente, isto é, sem trair o depósito da Fé.

19 – Os Papas posteriores a São Pio V respeitaram essas prescrições?

Sim, mesmo fazendo os acréscimos acidentais exigidos, os Papas tiveram o máximo cuidado em conservar o rito da Tradição da Igreja codificado por São Pio V, exceto o Papa Paulo VI.

Este Papa promulgou uma nova Missa, “Novus Ordo Missae”, em 1969, após o Concílio Vaticano II.

Fonte: amormariano.com.br

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This entry was posted on 27 de janeiro de 2020 by in Blog, Religião and tagged , .

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